Como agir quando não existe um mandamento explícito na Bíblia?

06/05/2023 13:20
Como agir quando não existe um mandamento explícito na Bíblia?
O cristão não vive sob a Lei e nem é movido em todas as situações por mandamentos explícitos, mas pelo Espírito de Deus que nos ensina pela sua Palavra. Por isso não faz sentido perguntar se “pode” ou não “pode” para saber como andar de maneira a agradar o Senhor. Por exemplo, “Posso jogar futebol?”, “Posso fumar?”, “Posso usar celular?”, “Posso ir à praia?”, “Posso ver TV?”, etc., são apenas algumas das perguntas que costumo receber, para as quais não existe um mandamento explícito na Bíblia.
Em algumas coisas e situações, o que Deus deseja de nós está muito claro nas páginas das Escrituras, mas em outras precisaremos ter o discernimento que vem do Espírito de Deus e muitas vezes agir com base, não em mandamentos explícitos, mas em princípios encontrados na Palavra, para o que é preciso ser observador para detectar suas sutilezas.
Quando começamos a desprezar essas sutilezas — como são, por exemplo, os princípios — logo acabamos fazendo pouco caso de coisas mais explícitas até que tudo acabe ficando à mercê da vontade de cada um.
Hoje é comum você apontar a alguém um princípio ou padrão sutil na Palavra e o outro dizer: “Ah, mas isso não é um mandamento, então fica a meu critério”, ou “Ah, isso aí só aparece uma vez na Bíblia!”, ou “Ah, foi só Paulo quem escreveu isso!”. Quer um exemplo? Quantas vezes você mostrou algo na Palavra para alguém e a pessoa argumentou, “Ah, mas o importante não é ficar apegado à letra, mas amar as pessoas. O amor vem primeiro”. E aí você vai na Palavra e descobre passagens como estas:
“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4:15).
“Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro” (1 Pe 1:22).
“Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor” (2 Jo 1:3).
Por que será que o Espírito Santo escolheu colocar verdade antes de amor nestas passagens? Porque não pode existir amor genuíno a menos que esteja sendo praticado na verdade. Amor sem verdade nada mais é que afeição natural, algo que até animais possuem. Repare que esta ordem nas palavras é um detalhe sutil, mas o olho atento perceberá, desde que esteja acostumado a andar em proximidade do Pai e em comunhão com ele.
Quando eu era menino, meu pai não precisava dizer tudo que ele queria que eu fizesse. Às vezes bastava ele olhar para mim e eu sabia exatamente se ele estava contente, se estava me repreendendo, se queria que eu fosse para um lado ou para o outro. Nenhum outro menino entendia o que ele queria dizer, mas eu sim, porque conhecia a maneira de meu pai olhar. Esta é a maneira como Deus nos guia com o olhar, e não com rédeas.
Mas para que eu entendesse a vontade de meu pai apenas pela expressão de seu olhar precisei antes ouvir muitos “SIM!” e “NÃO!” verbais, e às vezes até acompanhados de disciplina, palmadas, chineladas e cintadas. Se você for da turma do “politicamente correto” não se preocupe; eu sobrevivi como Deus mesmo previa: “Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá.” (Pv 23:13). Da mesma forma, se você não ficar encharcado da leitura da Palavra de Deus terá dificuldade de ter seus pensamentos formados por ela quando Deus precisar apenas olhar para você. E se não aprender das reprimendas e disciplinas que ele traz em sua vida, irá continuar como jumento teimoso sofrendo a falta de comunhão com o Pai.
Deus “argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” (Hb 12:5-11).
“Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti” (Sl 32:8-9).
“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8:14-16).
“Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei” (Gl 5:16).
M. P.
Mario Persona

 

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