Depois de passar o primeiro dia do ano em família, ao relaxar à noite, resolvi assistir novamente o filme "Divertidamente". Havia assistido somente uma única vez, quando foi lançado e confesso que muita coisa que não havia percebido na primeira vez, notei na segunda.
Que filme Genial! Uma obra-prima!
A maneira como os sentimentos se complementam e se mostram todos necessários para se vivenciar cada momento da vida de forma única é ilustrada de forma criativa e impecável. O filme lança uma reflexão necessária e oportuna a respeito da chamada "ditadura da felicidade", que nos obriga mesmo em circunstâncias adversas "e inevitáveis" a sermos alegres e felizes o tempo todo, buscando evitar os outros sentimentos tão necessários como a tristeza, para uma vida de crescimento, de desenvolvimento e de construção dos nossos valores, da nossa personalidade e dos nossos propósitos de vida.
A alegria retratada no filme, representando momentos de diversão, bobeira e fantasia, vê que não possui mais o protagonismo diante dos outros sentimentos quando vê o amigo imaginário Bing Bong desaparecer no esquecimento, deixando claros sinais de que Riley está em processo de amadurecimento, responsável pela formação do caráter, do senso de ética e da capacidade de afeto; qualidades estas que não são trazidas pela alegria, mas sim pela tristeza, passando plenamente sua mensagem final: a de que todos os sentimentos têm seu papel importante em uma vida equilibrada e que não temos que ficar imersos em uma busca incessante por uma felicidade artificial e contínua, a menos que não queiramos crescer.
Sem dúvida, um dos filmes mais geniais da Pixar.
Um filme que entretém e ao mesmo tempo faz um convite ao amadurecimento. Valeu o Oscar!
Por Ramon Ribeiro - Bem Estar Ouro Fino